Juventude sem precedentes
Na juventude tem-se muito a ideia de que se deve viver ao máximo, ter novas experiências sejam elas boas ou más. Este era o pensamento de Lurdes Amorim. Desde, cerca, dos seus 16 anos. Pode dizer-se que experimentou quase todas as sensações que este mundo pode oferecer.
Foi muito cedo que começou a frequentar discotecas, bares e, consequentemente, a envolver-se com pessoas que não deveria.
Os problemas que tinha em casa eram tantos que, por muito más que fossem essas amizades, sempre eram bem melhores do que estar em sua casa.
Na juventude tem-se muito a ideia de que se deve viver ao máximo, ter novas experiências sejam elas boas ou más. Este era o pensamento de Lurdes Amorim. Desde, cerca, dos seus 16 anos. Pode dizer-se que experimentou quase todas as sensações que este mundo pode oferecer.
Foi muito cedo que começou a frequentar discotecas, bares e, consequentemente, a envolver-se com pessoas que não deveria.
Os problemas que tinha em casa eram tantos que, por muito más que fossem essas amizades, sempre eram bem melhores do que estar em sua casa.
“O meu pai batia na minha mãe.”
Este talvez seja um cenário comum dos casamentos de hoje em dia mas não deixa, contudo, de ser algo inaceitável. Lurdes não suportava o ambiente que tinha em casa e, como tal, foi desde cedo, habituada ao mundo dos vícios, fossem eles tabaco ou até mesmo drogas.
O começo de um pesadelo:
“Experimentei haxixe, que é uma droga leve, também experimentei drunfos, em comprimidos, e snifei cocaína. Houve também outras drogas que usei, mas que na altura não conhecia, que um “amigo” meu trazia de fora e que colocava na bebida, chamadas de lsd e ecstasy.”
Para piorar a sua situação, a vida sentimental ia de mal a pior o que a levou a ter várias decepções, pois todas as tentativas de ser feliz, saíram frustradas. Foi então que alguém a convidou para conhecer o Centro de Ajuda Espiritual do Jesus Futebol Clube. Quando se decidiu a ir, estava com a vida completamente destruída em todos os aspectos, familiar, sentimental e até mesmo espiritual.
Audição de vozes e visão de vultos faziam parte do seu dia-a-dia:
“Eu ouvia vozes, via vultos. De noite tinha que dormir de luz acesa, tinha que colocar a música em altos berros para me sentir bem na minha própria casa e não ouvir aquelas vozes que me atormentavam. Ouvia passos de alguém a andar no meu quintal que, na verdade, não existiam, pois não estava lá ninguém.”
O ódio pelo pai:
A sua relação com o seu pai também não estava nada bem:
“Nutria um grande ódio pelo meu pai, não podia sequer olhar para ele, só conseguia desejar-lhe a morte.”
Foi assim que entrou pela primeira vez no Centro de Ajuda Espiritual do Jesus Futebol Clube, mas esta situação não duraria muito. O orgulho que lhe era característico fê-la pensar que o melhor seria afastar-se, pois ali não iria ser feliz e muito menos ter alguém que a amasse. Assim, certa de que a vida que levava anteriormente era melhor que a actual, voltou para os bares, discotecas e para a vida que, pensava, ser a mais adequada para si.
A dor da perda da mãe e o declínio:
Nessa altura, como agravante da situação já vivida, a sua mãe morre. Foi então que o ódio e a revolta tomaram conta de Lurdes e foi nessa altura que tudo piorou.
-“Tive casos com vários homens, inclusive pessoas casadas. Envolvi-me também com traficantes de droga e foi aí que se iniciou o declínio na minha vida…”
A sua casa passou a ser essa vida que levava, pois nem a ela se deslocava, para dormir. De segunda a segunda estava nos bares, a fumar, a beber e a drogar-se. Trocou de namorado várias vezes. E não obstante a vida que levava, foi várias vezes vítima de maus tratos físicos e psicológicos.
Uma luz no fundo do túnel
Assim, neste sofrimento sem fim à vista, Lurdes encontrou uma pessoa que a conhecia de quando frequentava o Centro de Ajuda do Jesus Futebol CLube. Convidou-a para voltar mas, novamente o seu orgulho não a deixou fazê-lo, considerando que estava no caminho certo. À medida que o tempo ia passando, Lurdes apercebia-se do estado grave em que estava a sua vida e foi nessa altura que decidiu que não iria mais viver assim.Então, regressou ao Centro de Ajuda do Jesus Futebol Clube onde aos poucos viu a sua vida, gradualmente, modificar-se.
“Hoje dou graças a Deus por ter voltado. Tudo aquilo que sentia pelo meu pai, hoje não sinto, muito pelo contrário, amo-o e dou-me muito bem com ele. As drogas que usei, o vício do tabaco, do álcool, já não necessito mais. Não preciso de ir aos bares ou discotecas para me sentir completa. Hoje agradeço a Deus pela senhora que me convidou, porque se não tivesse sido ela, não sei mas, talvez estivesse na prostituição, com sida mas, certamente, não estaria da forma com estou hoje.”
Lurdes, agora, mostra-nos um sorriso derivado de uma felicidade sem limites. Como uma criança que se alegra com uma simples flor, assim está Lurdes, a aproveitar cada momento, cada segundo de uma nova vida que agora começa...
